“Elefantes numa loja de cristais” é o que sentimos (eu e o pai), dentro desta nova e pequenina casa…
Imaginam o som da pata do elefante no chão?
Lembra-se, na história do Ferdinando readaptada pela 20th Century, quando o touro entrou naquela mini loja de loiças de porcelana?
É assim que estão os meus filhos mais velhos… e eu respiro 2 ou 3 vezes antes de me passar, lembrando-me que os tropeços da adolescência são sinais de que o cérebro jovem está a tentar adaptar-se ao ambiente, que estão num pico de crescimento físico e que o cérebro não consegue acompanhar…
Depois, juntamente com os tropeções e com os braços desajeitados que facilmente derrubam o que está pela frente, vem o mau humor e a frustração. Ora porque as folhas voam e não conseguem estudar, ora porque o irmão abre as asas e não há espaço para escrever, ou porque a irmã lê alto e é impossível concentrarem-se, ou porque têm de lavar a loiça outra vez…
- Isto assim não vai dar! – disse o mais velho – Acho que temos de pensar em voltar mais cedo…
E eu, questiono o que posso mudar. Depois, questiono o que posso aceitar. E só cá estamos há pouco mais de uma semana…
Entretanto, não consigo ligar a água quente da caravana e o aquecedor, parece-me, está com manias.
Saímos, os dois adultos, para caminhar e apanhar ar. Ponderámos a situação.
- É possível que tenhamos de mudar a nossa rota. – disse-lhes eu, depois.
- A sério? Temos de voltar mais cedo? Eu não quero voltar mais cedo para Portugal! - disse o mais velho.
Vá-se lá perceber… a adolescência é, sem dúvida, um estado que temos de aceitar!
(Fotos em Rochefort)







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