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O Homem do Parque dos Coelhos


Wurzburg lembra-me Praga, mas em ponto pequeno.

Falta-lhe ter os cem pináculos, e a ponte, que é semelhante, mais comprida. Nas suas ruas, também passa o elétrico. (Senti saudades do nosso 51 e das ruas de Praga)

Wurzburg é bonita. A primeira cidade da rota romântica. Faltaram-nos as outras.


Escolhemos o parque de campismo, em Wurzburg, pelos coelhos. (Começámos a escolher parques de campismo, nas estadias mais longas, para garantir uma boa rede de internet).


Os coelhos passeavam por todo o lado, como gatos pela cidade.

Confesso que nas cidades Alemãs por onde passámos, nunca vi um gato de rua.


Muitos parques na Alemanha fecham as recepções às 18h.

Regra geral, podemos entrar, estacionar, e pagamos no dia seguinte.

O parque dos coelhos fecha a porta. Nenhuma caravana sai, nehuma entra, até às 9h do dia seguinte.


Hoje os meus filhos perguntaram qual foi a pessoa mais caricata que conhecemos nesta viagem.


Não foi o Sr. do parque de caravanas de Colónia, que vivia no autocarro do Dragão e falava, como o Brutus do Popey, para o tradutor do Google a fim de se fazer entender.

Não foi o condutor do autocarro, em Berlim, que começou aos berros porque o Ricardo pisou a linha traçada no chão quando lhe ia pedir indicações sobre o caminho que devíamos seguir.


Foi o homem do parque dos coelhos.


Naquele parque a rede era péssima. Na segunda noite trocámos de lugar.

Passado pouco tempo, pancadas fortes na porta da caravana. Era o homem de t-shit de manga à cava branca e lanterna na mão, chateado, porque o computador dele funcionava lindamente, o nosso é que devia ter problemas!

Passámos a sair de manhã bem cedo para os parques de estacionamento do Ikea e o do Media Markt, onde conseguíamos uma boa rede para trabalhar.

Depois, fazíamos compras às pressas, para a mini casa e, pé no acelerador, para chegar antes da cancela cair...

Quisémos encher o depósito da água depois das 18h, e o homem, chateado, explicou que desliga a água entre as 18h e as 8h. Tínhamos de esperar.

Lá fomos os 5, na calada da noite, de garrafões na mão, à torneira da lavandaria para encher alguns dos 100 litros do depósito.

No parque dos coelhos, tivemos um rato na autocaravana. Subiu pela roda traseira (achamos nós) e entrou para o ármário da casa de banho, deixando um rasto de plástico roído e umas caganitas.

Foi também neste parque que o meu computador se partiu.

Eu sei que o culpa não é toda do homem, nós escolhemos o parque pelos coelhos...


Estes três senhores foram a excepção às pessoas que se cruzaram connosco neste país.

De um modo geral, todas foram muito simpáticas e atenciosas.

Desde a senhora idosa que nos explicou, em alemão, o mapa da linha do metro, à senhora que nos levou à paragem de autocarro e só descansou quando nos indicou a saída, ao rapaz das caravanas que nos falou do seu negócio paralelo à sua profissão, como a senhora da Vodafone...

Aprendemos a dizer "Danke schön" e eles respondiam "Tschüs".

Gostei da Alemanha. Quero voltar para ver o que ficou por ver.

Adoro coelhos, só não gostei da hospitalidade do homem do parque.






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