Assustava-me a ideia de chegar aos 40...
Mas aos 40 tanta coisa aconteceu... assim como aos 13, aos 18, aos 23....
Quando engravidei pela primeira vez explicava várias vezes no ginásio onde trabalhava, perante os olhos penosos de quem me perguntava se estava grávida, que tinha 26 anos e que estava consciente e contente do meu estado.
- Ah! bom, - respondiam - pensava que era bem mais novinha.
Quando digo que tenho 3 filhos, perguntam-me logo a idade e acham-me uma mãe muito nova, para o 3 que tenho.
A idade não se reflete em nós. Nem a idade, nem a aparência!
Aos 40, fiz uma tatuagem.
Aos 40, fiz a viagem que idealizava há muito.
Aos 40 ainda tenho borbulhas na cara, e aos 40 gosto de dançar e de dar uns toques na bola de futebol (e tenho saudades de jogar voleibol com os vizinhos).
Aos 40 ainda acredito nas pessoas e ainda me dói bastante se me desiludo.
Aos 40 tenho grandes amigos que fiz há muito tempo, e tenho grandes amigos que me apareceram ontem.
Aos 40 ainda tenho avós e ainda me doem os que já não estão perto da vista.
Aos 40 tenho vontade de ter toda a família junta!
Aos 40 ainda não sei dizer "não", de todas as vezes que preciso.
Aos 40 ainda amo e ainda gosto de borboletas na barriga.
Aos 40 decidi que deixarei de pintar o cabelo.
Na verdade não me incomodam os cabelos brancos. Hoje, não.
Incomoda-me que incomode aos outros, admito.
Mas aos 40 tenho de me ouvir mais, e ouvir menos todas as opiniões alheias.
Aos 40 ainda tenho tanto para aprender!
Se a aparência espelhasse a minha idade... oscilaria, num só ano, entre os 30 e os 60, talvez...
Mas que importância tem isso?
Deveria ser "proibida a entrada (em qualquer década) a quem não andar espantado de existir"*! e isso nada tem a ver com idade ou aparência!
Esse espanto trago-o no peito, e é esse espanto que me mantém jovem... o resto, é ilusão de ótica! ehehehe
* frase de José Gomes Ferreira
